Severidade

Severidade

Desfrutar da pureza de virgem...

Eu já não posso,

Não posso eu respirar lívida e santa,

Apenas restou-me a sarjeta e o bordel

O Mundo profanou-me da maneira mais ingrata

O nojo e a desconfiança banham meus dias

Repugna-te diante mim!

Enoja-te em saber da profanação

A vida trás das noites o escárnio

e a magra luz da asquerosa manhã...

A ironia,

Ah sim! A ironia!

Verte em meus pesares

O pranto e o riso,

A comédia e a tragédia

Duma poeta de loucos.

Poeta suja!

Rompida e ensangüentada

No chão trevoso da solidão abandonada

Sem esperança nem nada que da boca lhe fuja

E o preço é alto

Mais do que tua sina pode pagar

E sem esperar

Rasga e pranteia

Uma lagrima eloqüente

De um espírito inconseqüente

Manchado e sem coração

R Duccini
Enviado por R Duccini em 06/08/2007
Reeditado em 31/10/2007
Código do texto: T595925
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