Severidade
Severidade
Desfrutar da pureza de virgem...
Eu já não posso,
Não posso eu respirar lívida e santa,
Apenas restou-me a sarjeta e o bordel
O Mundo profanou-me da maneira mais ingrata
O nojo e a desconfiança banham meus dias
Repugna-te diante mim!
Enoja-te em saber da profanação
A vida trás das noites o escárnio
e a magra luz da asquerosa manhã...
A ironia,
Ah sim! A ironia!
Verte em meus pesares
O pranto e o riso,
A comédia e a tragédia
Duma poeta de loucos.
Poeta suja!
Rompida e ensangüentada
No chão trevoso da solidão abandonada
Sem esperança nem nada que da boca lhe fuja
E o preço é alto
Mais do que tua sina pode pagar
E sem esperar
Rasga e pranteia
Uma lagrima eloqüente
De um espírito inconseqüente
Manchado e sem coração