Eu cavei a própria terra morta
Todas as manhãs
Eu amava colocas sementes no jardim
Imaginar que alguma flor poderia sair dali
Andava por todos os caminhos
E quando paro, vejo uma rosa me chamando
Ela era pura, com pétalas tão vivas
Que meus olhos ficaram presos
Ela sorria pra mim e nos dizia o quanto
Éramos tão especiais um com o outro
Eu era convidado a conhecer o mundo dela
Minha curiosidade era imensa, gigante
Prometíamos todas as visitas
Mas sempre tinha uma voz que chamava
E eu abandonava-a
Por muito tempo, ela ficava sozinha ali
Esperando-me um dia dar aquele beijo
De bom dia e cultivar todas as noites
E eu sempre a deixava sozinha
Com o verão, ela foi perdendo a cor
A vontade de estar ali
Eu comecei a insistir em estar perto
Eu estava apaixonado por aquela flor
Só queria estar por perto para vivermos
Nem que fosse o nosso último dia
Um dia, esse flor morreu no meu coração
Até ontem, ela estava vinho
Hoje, ficou cinza
Quando fui tocar, os espinhos foram fortes
Machucaram os meus dedos
O sangue corria em minhas mãos
Dentro de mim, eu tinha matado-a
Eu ainda tentei recuperar a última raiz
Que batia na terra
Prometia todo o meu sorriso de volta
Ela já não acreditava mais em mim
Quando voltei para casa
Não existia mais nada
Nem minhas lágrimas limparam a terra
Eu já tinha decretado a morte
Meus olhos castanhos já tinham perdido
Aquelas imagens
No fundo, eu cavei a própria terra morta
Quando a abandonei