OSCILANDO ENTRE O PARAÍSO E O INFERNO
De novo o inferno bate à porta
Que antes era paraíso
Ele chega sem avisar
E arrasta tudo para seu caos
Queima a alma
Entorpece tudo
E as cores vivas de outrora secam acinzentadas
Nesse mundo de cores desbotadas
A única coisa que se mantém viva é a dor
A dor que grita, paralisa e cega
A única chance de sair de lá é caindo
Caindo nos braços frios de quem tem o poder
De te libertar de tudo e do mundo
Só seu beijo frio liberta
Por isso muitos de nós a escolhemos
O que é um segundo de dor frente a dor sem fim?
Não existe mesmo vitórias sem dor...
O paraíso se desfez , virou cinza
Pobre paraíso líquido
Satânico inferno concreto
Feito de labirintos incontáveis
Nenhum novelo há
O fio da meada se perdeu na noite dos tempos
No presente só existe o suplício
A doída agonia que faz da vida
Uma eterna noite dos desesperados
E o paraíso se perdeu nas brumas do inferno
Feito Prometeu acorrentado as almas são torturadas
É a dor sem fim, a dor da alma ferida
A dor que fecha todas as saídas
E deixa apenas aquela doida e doída agonia
Que se transforma em desespero
E numa espiral sem fim ela te joga
Muitas vezes não se faz mais nada, a não ser
Tentar fugir do inferno pela única via
A última solução, aquela que te liberta de tudo
Quem sabe assim, pode-se ir para o paraíso
E dormir o sono eterno sem medo.