MIGALHAS DE LUZ




Minha boca ainda crisálida
Contempla deslumbrada
Tua pungente língua que me penetra
Numa voracidade estonteante.
O espelho da minha alma
Adota o crepúsculo como plano de fundo.
Dentro da escuridão do meu peito
Uma luz convexa se acende...
Espanta a dor...
Sozinho no mundo insolvente
Dou um grito desesperado,
Procuro uma saída,
Para um mundo que não seja transitório...
Mas não a encontro.
Ouço apenas meu grito ecoado no fim do túnel
Que nas manhãs é reativado isoladamente.
Mas, o meu amor...
Contenta-se,
Com as migalhas de luz do meio dia.



02-08-07