Da chegada dela
Ela chegou.
De onde vem?
Pra onde vai quando se vai?
Ela chegou,
trouxe consigo toda a carga que sempre trás.
Pousa em meus ombros,
pesa em meus ombros.
Não posso dizer nada,
não posso fazer nada.
Não sei dizer nada.
Trouxe o acinzentado dos dias,
a hostilidade das manhãs
que surgem afrontosas,
mas imberbes.
Manchas senis na alma,
desgosto do mundo e da vida.
Manchas azuis nos olhos,
manchas vermelhas na pele
e no coração.
Manchas roxas no coração.
desígnio infame,
langores vis e vãos.
Manhãs ignorantes.
Frondosas,
mas imaturas.
Mortais e convencidas,
com ares de pra sempre.