Naquele barco
Estávamos naquele barco
preparados para uma guerra que era nossa;
um frio úmido nos rompia a alma.
Mudos, observamos o branco
de uma neblina sólida
que nos ocultava de nós mesmos...
Estar ali era não estar;
os punhos já não erguiam as armas
e silenciados,
sorvíamos a tristeza de uma batalha cinza.
As bandeiras não eram mais azuis,
nem verdes, nem roxas.
Eram, talvez, pardas,
e os mortos nunca foram sepultados.