Agonia tão vazia

Tem um canto da alma

Que chora.

Meus olhos não são pagãos,

Viram dores derramadas

Por imensos corredores.

Viram almas desoladas

Madrugada interminável.

Insondável momento de

Mentes tão sozinhas...

Tão quietinhas entre um gemido,

e outro gemido de dor.

A dor,"lá", não passa.

E eu passei a mão na cabeça

E orei junto,antes que enlouqueça

Também a acompanhante.

Que por minutos,delirantes...

Desejou ser anjo,ser remédio

A "cadeira" que eu levava

De rodas e confusões

Olhava-me piedosa...

-Me leva para casa!

Eu não posso,senhora

Tão idosa...

O tempo fez estrago,

A doença,tão penosa

Dói,corrói quem te respeita

Quem deixou de ser "família",

Mas não habita uma ilha

Estou contigo...

Abrigo as suas mãos inchadas

Que acariciaram meus filhos

E lhes fizeram ninar...

Vamos dar um volta,

Fazer das rodas dessa cadeira

Um passeio de alívio,

Uma volta passageira

Que te embale algum sonho.

A sono,vem e te leva...

Dorme minha senhora

Logo,será novo dia

E a dor,dormirá também...

Amém.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 05/08/2007
Código do texto: T593461
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