Agonia tão vazia
Tem um canto da alma
Que chora.
Meus olhos não são pagãos,
Viram dores derramadas
Por imensos corredores.
Viram almas desoladas
Madrugada interminável.
Insondável momento de
Mentes tão sozinhas...
Tão quietinhas entre um gemido,
e outro gemido de dor.
A dor,"lá", não passa.
E eu passei a mão na cabeça
E orei junto,antes que enlouqueça
Também a acompanhante.
Que por minutos,delirantes...
Desejou ser anjo,ser remédio
A "cadeira" que eu levava
De rodas e confusões
Olhava-me piedosa...
-Me leva para casa!
Eu não posso,senhora
Tão idosa...
O tempo fez estrago,
A doença,tão penosa
Dói,corrói quem te respeita
Quem deixou de ser "família",
Mas não habita uma ilha
Estou contigo...
Abrigo as suas mãos inchadas
Que acariciaram meus filhos
E lhes fizeram ninar...
Vamos dar um volta,
Fazer das rodas dessa cadeira
Um passeio de alívio,
Uma volta passageira
Que te embale algum sonho.
A sono,vem e te leva...
Dorme minha senhora
Logo,será novo dia
E a dor,dormirá também...
Amém.