Depressão

Depressão

Estou em silêncio

Quase não molvo-me

O ar abandona

O meu peito

De um modo ingrato

Por algum defeito

Tento reagir

Luto me contorcendo

Buscando uma saída

Um sinal

Quiçá uma esperança

Saudades da aurora da minha vida

Tempos remotos

Onde jaz

Alegria

Dum turbilhão de emoções

Impulsionava-me

Entre sorriso amarelos

Escondia minhas feridas

Sempre muito calado

Nos cantos

As vezes em prantos

Enchugava o rosto

De olhos inchados e molhados

Minha alma derrama

Tanta tristeza

Qual tamanha! como sair

Desse buraco

Dessa prisão

Um lugar estranho

De onde nem a luz do Sol

Consegue alcança-me

E ninguém estende-me

À mão

De onde estou

Vejo mais gente

Sofrendo calado

Na mesma situação

Alguns tentando fugir

Escapar

Precipitam-se

Acabam com seus dias

Sua existência

Destroem sua essência

Por causa dessa tal

Depressão

Uma mistura de tristeza melancolia

As vezes baixa auto estima

Ora mesmo decepção

Um poço de tristezas

Incertezas

Algum estranho sem explicação

Onde outrora esbanjava alegria

Gargalhadas

Hoje inerte

Múmias

Gárgulas sem alguma emoção

Secos

Entre os vivos

Todavia mortos

Pois alheios aos sentimentos

Arrebatados pela tristeza

E o choro

Prisioneiros da depressão

Pressioneiros da dor

Do abandono

Talvez mesmo

Até do amor

Aonde leva esse

Bonde da solidão...

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 18/02/2017
Reeditado em 08/04/2017
Código do texto: T5916949
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