Depressão
Depressão
Estou em silêncio
Quase não molvo-me
O ar abandona
O meu peito
De um modo ingrato
Por algum defeito
Tento reagir
Luto me contorcendo
Buscando uma saída
Um sinal
Quiçá uma esperança
Saudades da aurora da minha vida
Tempos remotos
Onde jaz
Alegria
Dum turbilhão de emoções
Impulsionava-me
Entre sorriso amarelos
Escondia minhas feridas
Sempre muito calado
Nos cantos
As vezes em prantos
Enchugava o rosto
De olhos inchados e molhados
Minha alma derrama
Tanta tristeza
Qual tamanha! como sair
Desse buraco
Dessa prisão
Um lugar estranho
De onde nem a luz do Sol
Consegue alcança-me
E ninguém estende-me
À mão
De onde estou
Vejo mais gente
Sofrendo calado
Na mesma situação
Alguns tentando fugir
Escapar
Precipitam-se
Acabam com seus dias
Sua existência
Destroem sua essência
Por causa dessa tal
Depressão
Uma mistura de tristeza melancolia
As vezes baixa auto estima
Ora mesmo decepção
Um poço de tristezas
Incertezas
Algum estranho sem explicação
Onde outrora esbanjava alegria
Gargalhadas
Hoje inerte
Múmias
Gárgulas sem alguma emoção
Secos
Entre os vivos
Todavia mortos
Pois alheios aos sentimentos
Arrebatados pela tristeza
E o choro
Prisioneiros da depressão
Pressioneiros da dor
Do abandono
Talvez mesmo
Até do amor
Aonde leva esse
Bonde da solidão...
Ricardo do Lago Matos