ESTÁTUA DE GELO

Eu era sensível demais

A tudo

Eu era a areia molhada

O musgo

A fonte de água transparente

A pele ferida e ardente.

Mas desde que tocastes

Em mim

Teu hálito ameno, álgido

Teu vento sereno, resfriado

Repentinamente endureci.

Dos fios de meus cabelos

Molhados

Até os dedos dos pés

Descalços

Me petrifiquei, virei gelo

Em decurso do inverno inteiro.

Acudam-me deste sopro

É dormente!

Que eu volte a ser água transparente

A pele ferida e ardente

E não uma estátua de gelo.

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 14/02/2017
Reeditado em 08/07/2019
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