ESTÁTUA DE GELO
Eu era sensível demais
A tudo
Eu era a areia molhada
O musgo
A fonte de água transparente
A pele ferida e ardente.
Mas desde que tocastes
Em mim
Teu hálito ameno, álgido
Teu vento sereno, resfriado
Repentinamente endureci.
Dos fios de meus cabelos
Molhados
Até os dedos dos pés
Descalços
Me petrifiquei, virei gelo
Em decurso do inverno inteiro.
Acudam-me deste sopro
É dormente!
Que eu volte a ser água transparente
A pele ferida e ardente
E não uma estátua de gelo.