A ferida
Assis Silva
Há uma ferida aberta que teima em não sarar
Aberta em meu peito em um tempo remoto
Por uma lança de desejo não realizados
Por um excesso de desprezo tal qual um terremoto
Tão viva ainda dói ardentemente
Já procurei remédio, mas minha memória
atenta e sentinela no recôndito escondido
Traz à tona a todo momento a tão triste história.
Há uma ferida aberta no tempo
Em um espaço que não conhece limites
No moinho remodelador traiçoeiro
Quem sem licença inventa de dar palpites.
Talvez a morte, curadora das grandes dores
Amiga dos sofredores e minha quando desanimado
Seja minha única solução nesta sina:
Dê-me alegria e um novo estado.