MADRUGADA PÚRPURA
Mãos estreitadas.
As minhas.
Chegam a doer.
O que quero espremer?
Da lembrança quero correr.
E ela chega.
Lembrança de tua mão.
Tua mão que a minha pegava.
E ao céu chegava.
Deus!
Estou tão só.
É tão negra a madrugada.
É um breu.
Lágrimas vêm meu rosto molhar.
Começam a rolar.
De repente uma claridade.
Parece que no meu quarto entram todas as luzes da cidade.
Meu coração começa a disparar.
Parece um cavalo a galopar.
Ouço um som.
É tua voz que ouço.
Dos confins da lembrança.
Pareço criança.
Me empolgo.
Sinto vontade de levantar.
E te procurar.
Mas por uma razão que desconheço tua voz que eu cheguei a escutar começa a se calar.
Silencia tudo.
O quarto volta a escurecer.
Eu digo a mim mesma.
Chega de sofrer.
Eu que tanto aprendi nesta vida não aprendi a te esquecer.