MADRUGADA PÚRPURA

Mãos estreitadas.

As minhas.

Chegam a doer.

O que quero espremer?

Da lembrança quero correr.

E ela chega.

Lembrança de tua mão.

Tua mão que a minha pegava.

E ao céu chegava.

Deus!

Estou tão só.

É tão negra a madrugada.

É um breu.

Lágrimas vêm meu rosto molhar.

Começam a rolar.

De repente uma claridade.

Parece que no meu quarto entram todas as luzes da cidade.

Meu coração começa a disparar.

Parece um cavalo a galopar.

Ouço um som.

É tua voz que ouço.

Dos confins da lembrança.

Pareço criança.

Me empolgo.

Sinto vontade de levantar.

E te procurar.

Mas por uma razão que desconheço tua voz que eu cheguei a escutar começa a se calar.

Silencia tudo.

O quarto volta a escurecer.

Eu digo a mim mesma.

Chega de sofrer.

Eu que tanto aprendi nesta vida não aprendi a te esquecer.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 01/08/2007
Reeditado em 07/04/2011
Código do texto: T587912
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