O Fleumatismo da Calma

Existem momentos

Em que meu coração se agita

Porém, minha alma

Imutavelmente estática

Não geme e não chora

Não diz a verdade

e não mente

Não sussurra...não grita

Não suplica e nem implora

O Fleumatismo dessa calma

Vem somar ao coração

Outra tortura

E o coração se revolta

nas suas fibras mais íntimas

A alma,

com a sua costumeira calma

Não dá a mínima

E eu

No meio disso tudo

Me guardo o direito

No final de cada dia

Permitir que a alma

Escondida em algum canto

chore o pranto dos perfeitos

E o coração

Repleto de defeitos

Carregado de tristeza

Carente de paz

Ria

Ria até não poder mais.

Edson Ricardo Paiva