O jardineiro
Toda manhã o jardineiro
atravessava aquele nevoeiro
para o seu jardim regar e
suas mágoas alimentar
Plantando tristeza
e colhendo decepção
seguia o jardineiro
em seu jardim de solidão
A luz do sol ali batia
mas logo era absorvida por aquela escuridão
um jardim escasso de luz e alegria
lutando por um pingo de luz naquela multidão
Sem pássaros a cantar
coberto sob o véu do silêncio
ficava o jardineiro executando seu ofício
até o sol ali não mais estar.