Vezes a poeira toma conta da varanda
Nada fica pela beira quando morte beira
De tantos que falam que é uma sorte
Ninguém deseja chegar neste norte.
Naqueles que debruçam nas sacadas das janelas
Procurando no horizonte a pergunta que se faz nelas
O que faz da dor tão presente
Quando há sombras apaziguando o que chega ardente.
Pois que seja varrer as poeiras
Ou encostar tudo pelas beiras
Deixar debaixo dos tapetes
Tirar das vistas se apagar o que sente.
Que chegam com as neblinas
No alvorecer nas sombras que disciplina
Que mesmo as poeiras lançadas das sacadas
Ora voltam e se alojam num chão de mágoas.

Antonio C Almeida