Rendição
O espaço à minha volta me restringe,
Meus sentimentos se comprimem...
Sinto um claustro dentro do peito
De súbito, o ar se torna rarefeito.
Uma angústia fremente se esgueira
O breu me cega... o terror me cerca.
De repente, sou uma pilha de destroços,
É tanta dor dilacerando-me os ossos.
E minha covardia me faz refém
Dessa penosa sensação de abandono.
Como amarras o medo me prende
Sem esperanças minh’alma se rende.
As cores escorrem pelas paredes
E a vida se torna um grande borrão
Tudo que amei vira poeira ao vento
Uma poesia regida por pesar e lamento.