Tentando expressar a dor de perder um anjo
Infarto súbito, eterno e fulminante
Artrite ardente num inverno glacial
Dores de dentes que refletem no cabelo
Saudade forte que aumenta no Natal
Dor na coluna que te trava as duas pernas
Pedra nos rins que sai em sangue pela uretra
No meu relógio agora é sempre meia noite
Facho de luz em minha alma não penetra
Falta de ar que te obriga a dormir sentado
Olho em teus olhos e teus olhos olham os meus
Só de manhã percebo seu corpinho frio
De olhos abertos fostes sem dizer adeus.
Vai meu anjinho! Vai brincar no Paraíso!
Livre da dor, demais pro frágil corpo teu
Vai estrelinha, bebezinha inocente
Não te esqueças de quem tanto amor te deu
Que esse remédio pra tua dor em mim ardeu...
Que tua partida a minha alma escureceu...
Que quem eu era ontem hoje não sou eu...
E não aceito dar-te o último adeus!