somos o inferno que tememos

matamos deuses
e buscamos perdão.
pedimos justiça
ao som de fuzis.
resolvemos política
com a ajuda bélica.
ouvimos paz
nos gritos dos mortos.
roubamos os pobres
e invejamos os ricos.
sonhamos com o amor
verdadeiro
violentando o próximo,
afastando qualquer um
que nos chega perto.
regamos flores
com o sangue do ódio.
nosso ódio diário,
nosso ódio escondido.
plantamos preconceitos
e esperamos colher 
respeito.
queremos nos salvar
e arruinamos o mundo
para a geração futura.
tememos a solidão,
mas aprender a ficar 
sozinho
é mais difícil, assim
como quem teme a morte
possui dúvida de como
viver bem. possui a
dúvida se está
vivendo bem.

a espera pelo término
é antagonizada
por nós mesmos.
não há vilões e
não há heróis,
mas há bondade
e também 
há maldade de
sobra.

podemos vê-las,
senti-las,
mas estamos
ocupados demais
lutando contra
moinhos de vento
para prestar
atenção.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 12/11/2016
Código do texto: T5821127
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