MEU QUERIDO THOR
(Socrates Di Lima)
Por Deus eu resisti,
mas de tanto a situação insistir,
não contive,
algo bom senti,
e como com tudo se pode coexistir,
Com ele imaginei, - a gente vive!
E nesse mundo ruim, a violência se sobressai,
e a gente se engaiola e perde a asa,
E em busca de alternativa se vai,
Ante a perda da liberdade em casa.
Foi então que ele chegou...
Sofrido, raquítico e doente,
Entre meus olhos ele olhou,
E meu coração se fez contente.
E assim foi...ainda criança,
Passou o tempo e forte ficou,
No amigo uma doce esperança,
De ter e manter o ente que chegou.
Tornamo-nos bons amigos,
Ele bravo, forte e vistoso,
Ninguem se metia a besta comigo,
Tornava-se um ser raivoso.
Quanta felicidades,
Quando aos finais de tardes,
Chegava em casa e ele com tanta ansiedade,
Corria, pulava, lambia a mão de felicidade.
Ate parecia agradecimento,
Por tê-lo socorrido,
Um toque de contentamento,
Como se tivesse ali sobrevivido.
Eramos bons parceiros,
Tudo ali ele vigiava...
Olhava-me com olhos trigueiros,
E eu então o acariciava.
E ele se fazia feliz...
So faltava dar piruetas de contentamento,
Feliz eu me fiz,
Por compartilhar tão doce sentimento.
Mas, naquela triste tarde,
Algo em meu coração apertava,
Fui para casa com ansiedade,
E ao lado do portão ele estava.
E ali no chão estendido,
Ate pensei que estava dormindo,
Mesmo que Nunca isto tinha acontecido,
Ou que estava brincando e fingindo.
Mas, quando cheguei bem perto,
Percebi com uma tristeza dentro de mim,
Que aquele meu amigo esperto,
Havia chegado ao seu fim.
Tão jovem, apenas um ano,
Mesmo que sete o tivesse,
Não havia engano,
Meu olhar compadece.
Então um silencio profundo,
Como se uma das maiores dores do mundo,
Não havia nenhum conforto,
Meu querido THOR, estava morto.