o cansaço não acaba

a fantasia
de manhãs
e noites
calmas
permanece alojada
em minha estante,
empoeirada com
outras
coisas
que desejo.

faço coleções
de finais
felizes,
mas como
escritor
reconheço
que eles
não levam
a lugar
algum
senão ao
sorriso
da falsa
esperança.

tento
esclarecer
as palavras
que a
insônia
me
sussurra
nessas noites
em que morrer
soa tão
difícil
quanto
viver.
porque não me
parece o
bastante
ter um
caminho
coberto
por
névoas
antigas.
a dor
ainda é
fundamental
para o
organismo.

os olhos
pesam.
a alma
murmura
tentando
encontrar
a
paz
prometida.
e a mão
treme
feito a
chuva que
caiu
no último
verão
que nós
sorrimos
de mãos
dadas.

agora,
ver tua felicidade
é um atentado à
minha
sobriedade.
e as palavras
acorrentam
minhas mãos
diante da
máquina de
escrever.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 10/11/2016
Reeditado em 12/11/2016
Código do texto: T5818945
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