VIAJANTE
No palco da minha vida,
Contemplo um olhar profundo
Duma mulher ferida,
Sem sorriso - nem mundo,
Música então se entristece
Vejo dores passar num vestido
Pirilampo passa, e desaparece
Lá, no bailar dum sorriso tímido
Canção qual confessionário
Retrata guitarra d’esperança,
Mesma esperança do vigário,
Que algures prega sem herança
Quando vestido confessa
Vejo corações que ardem,
Abandonados na doçura da Condessa
Homens amam-na mais além
Aquela mulher sem alegria,
Apenas de sorriso lacrimejante;
Açambarcado na noite de sangria;
Vestia melancolia viajante!
Benguela, 29/10/2016
02h50 -