O Lírio
O galo cantava
Meus olhos abriam
Meio tontos
Mas eles o seguiam
Iam
Ao teu encontro
Construí uma espera
Mas, minhas lágrimas saudosas
Inundaram suas terras
E num vendaval
Fez-se a lama
Fez-se a guerra
O antes nebuloso
Agora é clara verdade
Faltou-lhe a coragem
Para germinar!
Fazer-se vida
Florescer novas cores
Novos aromas
E outros sentidos
Queria sentir seu toque
Mas, ele não brotou
Nesta primavera
Escondeu-se nas entranhas
Da terra
Em meio a outras ervas
Meu lírio feneceu...
E a caixa dos sonhos que vivi
Ao seu lado
Também se perdeu
Neste jardim
Devastado
Com flores quedadas
Onde reina o picão
Ou o senhor Capitão-do-mato
Que tem o azar
Ou a sorte de nunca
Terem estado ao seu lado.