Um lugar chamado nunca mais.

De vez em quando eu ainda ouço

No silêncio da madrugada

Um misto de passos na calçada

e um som de sinos distantes

Que soavam nas torres das Igrejas

que existiram na minha infância

Chego a sentir o perfume

daquelas madrugadas

Iluminadas pelos vagalumes

Isso sempre me traz

um sentimento confuso:

Tristeza e alegria entrelaçadas

Eu corro abrir minha janela

Não vejo e não ouço mais nada

Somente as Estrelas no firmamento

dão atestado

de que eu um dia

Realmente tenha estado lá

Naquele tempo e lugar

Que o próprio tempo arrastou

Pra um lugar

Chamado nunca mais

Fecho a janela ciente

de que a minha vida

assim como as madrugadas

Nunca mais serão aquelas

Novamente.

Edson Ricardo Paiva