Lugar nenhum
Acalento o tempo
nas mangas
arregaçadas
da vida
que tem pressa
descomunal
em me levar
a lugar nenhum
e esperneando
me canso e
me deixo levar
que seja assim
a sua vontade
em me tirar
a existência
e de presente
me oferecer
a eternidade
no abraço
mórbido
da morte
ainda que
lugar nenhum