Era um homem machucado pelo amor
Era uma noite fria
Que tinha um clima fúnebre
Que tinha barulho demais
Que não tinha estrelas
E que dizia muito sobre mim.
Era um momento tão triste
Que doía por dentro
Que estava me esmagando
Que deixáva-me grudado àquele banco do bar
Que fazia eu pedir mais uma dose.
Era um coração quebrado
Que amou sem medidas
Que saltou sem paraquedas
Que não mediu as consequências
E que se machucou feio.
Era mais um cara querendo puxar briga
Que logo levantou
Que logo pulou num cara qualquer
Que logo batia descontroladamente
Que logo apanhava também.
Era um cara apanhando pela segunda vem em um único dia
Que apanhou do amor
Que se embriagou com a dor
Que agora apanhava de novo
Que no fundo gostava da dor.
Era um nariz sangrando
Que estava quebrado
Que doía pra caramba
Que era uma dor melhor que a de um amor acabado.
Era agora uma rua solitária
Que nela havia um homem
Que nela pingava sangue
Que nela também caia lágrimas
Que nela agora quebrava-se uma garrafa de cerveja.
Era um homem sem rumo
Que estava machucado de duas formas
Que sentia um vazio
Que acendia um cigarro.
Era um cara se matando aos poucos
Que agora caiu no chão
Que agora preferiu ficar ali
Que agora sentia a dor de verdade.