O poderoso silêncio
A cada dia que passa essa mão invisível que me assola
Seja fechando minha garganta
Calando minha boca
Revirando minhas entranhas
Fechando meus olhos
Apertando meus pulmões
Tapando meus ouvidos
Fica a espreita até ganhar a batalha
Porque ela quer me fazer desistir
Um pesadelo tão dolorido de real
Ou a realidade está sendo tão cruel como um pesadelo?
Luzes e cores não são mais as mesmas
Gostos estão diferentes
Mas a alma e coração intensificam o redor
Porque tudo parece doer tanto?
Não imaginava que nesse ponto seria tão difícil esticar a mão
Que seria tão difícil levantar a voz
Todos tem tantos problemas, sofrem todo dia tanto
Se eu posso fazê-los sorrir,
Se posso aliviar o peso
Se posso fazê-los rir
Isso alivia a minha dor
Mas aprofunda minhas feridas
Porque no final das contas
Quem vê o choro do comediante?
Quem apazígua o coração do palhaço?
Quem entende nas entrelinhas das piadas auto-depreciativas?
Quem enxerga a dor naquele que traz sorriso aos outros,
Mas quando está só, pranteia o peso da própria solidão
Quem?
E nesse mesmo silêncio....
tudo...
falha...
Em prantos e sem entender
Com o coração a mil
e a alma em dobro
Retomo aos poucos o compasso da respiração
Não entendi o porque de ainda estar aqui
Ainda dói, ainda pesa
Quem um dia a sensibilidade alheia aconteça
Sem perguntar de possibilidades
De disponibilidades
Que venha um olhar que quebre barreiras e me desnude
Um abraço que não me deixe fugir
Que deixei meu peito extravasar
O que segurei e mascarei por anos
Que me acolhe e não me julgue no meu momento mais vulnerável
Uma mão tangível, que afaga meus cabelos