O poderoso silêncio

A cada dia que passa essa mão invisível que me assola

Seja fechando minha garganta

Calando minha boca

Revirando minhas entranhas

Fechando meus olhos

Apertando meus pulmões

Tapando meus ouvidos

Fica a espreita até ganhar a batalha

Porque ela quer me fazer desistir

Um pesadelo tão dolorido de real

Ou a realidade está sendo tão cruel como um pesadelo?

Luzes e cores não são mais as mesmas

Gostos estão diferentes

Mas a alma e coração intensificam o redor

Porque tudo parece doer tanto?

Não imaginava que nesse ponto seria tão difícil esticar a mão

Que seria tão difícil levantar a voz

Todos tem tantos problemas, sofrem todo dia tanto

Se eu posso fazê-los sorrir,

Se posso aliviar o peso

Se posso fazê-los rir

Isso alivia a minha dor

Mas aprofunda minhas feridas

Porque no final das contas

Quem vê o choro do comediante?

Quem apazígua o coração do palhaço?

Quem entende nas entrelinhas das piadas auto-depreciativas?

Quem enxerga a dor naquele que traz sorriso aos outros,

Mas quando está só, pranteia o peso da própria solidão

Quem?

E nesse mesmo silêncio....

tudo...

falha...

Em prantos e sem entender

Com o coração a mil

e a alma em dobro

Retomo aos poucos o compasso da respiração

Não entendi o porque de ainda estar aqui

Ainda dói, ainda pesa

Quem um dia a sensibilidade alheia aconteça

Sem perguntar de possibilidades

De disponibilidades

Que venha um olhar que quebre barreiras e me desnude

Um abraço que não me deixe fugir

Que deixei meu peito extravasar

O que segurei e mascarei por anos

Que me acolhe e não me julgue no meu momento mais vulnerável

Uma mão tangível, que afaga meus cabelos

Edu Campagnolo
Enviado por Edu Campagnolo em 19/09/2016
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