Elegíaco
Um corpo que amortece a eternidade
Assim somos...
Completamente destruídos, penalizados
Subjugados a uma existência sem atribuições claras
Vagante alma, perpetuada na mortalidade
Quimera, e talvez verdade... um traje de cosmos
Uma taça de universos transbordando sobre olhos doces
Imortalidade que se ganha na dor, e dor que levantamos como brasão
Corredores silenciosos, noite densa para nossa elegia
Pátria herdada, esse jardim em corrente mortandade
Nenúfares, crisântemos, lírios... completo asilo
Um castelo no alto do mais íngreme caminho
Adocicado toque de trombeta nos revela o ímpeto escatológico
Nos desperta sem pressa, temos todo o tempo do mundo para morrer
Saímos bailando, não deveria haver medo frente aos portões
Vozes ecoam, nossas lágrimas agora são rios, e nos banharemos neles