CAMINHADA SOLITÁRIA.
O homem que caminha só...
Caminha sozinho sem nenhum lugar para chegar.
Anda a esmo sem nenhum motivo para voltar.
Anda, anda sem vontade de parar,
alguns até lhe convidam a descansar,
mas desiludido, perdeu o brilho no olhar e a
capacidade de confiar, não atende a ninguém,
anda por andar, sem nenhum lugar pra chegar.
Alvorada ensolarada, mais um motivo para andar...
Aurora enrubrecida, então é obrigado a pernoitar.
Anda a procurar mas sem vontade nenhuma de achar.
Olha o horizonte, perplexo, para se nada enxergar.
Anda sempre sozinho, sempre com medo de se enganar.
Ao alvorecer bem cedo a vida vem lhe cumprimentar,
mas logo ao entardecer a solidão vem lhe abraçar.
Já não tem mais motivos para se entusiasmar ou apostar,
a vida se tornou grande e sua alma insiste em lhe ajudar.
Pobrezinha se agarra a tudo para aquele homem salvar.
Lhe aponta as belezas das cores, das plantas, dos animais
e do imenso mar.
A simplicidade, a bondade e a cordialidade,
mas o pobre homem já não se entusiasma
Continua andando e evitano olhar
Usa um sorrizo reluzente, mas na verdade,
já é um ser que alí jaz.
Mas sua pobre alma que o ama e de sua questão faz,
nutre a esperança que ele volte atráz...
Sua única companheira que não o larga jamais,
foi presente precioso, que Deus lhe deu anos atráz.
Compadecida de sua dor ela o inspira a procurar, mais,
na esperança que aquele homem lhe retribua um sincero,
singelo sorrizo mais...