ALONE
Todos os dias, no mesmo horário
Em que o sol desperta para vida viver
O Vizinho solitário faz sua caminhada
Sempre passos lentos olhando pro chão
Em companhia de sua sombra fiel
Alone caminhava pelas manhãs
Sem olhar e falar com ninguém
Parece dialogar mentalmente
Apenas com sua sombra ao chão
As vezes se distraia e olhava
Nos olhos de estranhos para ele
Que logo em frações de segundos
Se desviava, o medo parecia abraça-lo
O seu olhar parecia querer dialogar
Mas era difícil de decifrar
Aquela linguagem opaca ocular
Não era esperanto e nem tinha
Parece alguma esperança
Mas era nítido uma tristeza no olhar
Até que num dia irradiante de sol
Não se viu mais Alone a caminhar
Cadê Alone, cadê Alone, cadê Alone.
Não se viu mais o solitário vizinho
Do seu esconderijo domicílio
Só se ouvia os cantos dos passarinhos
Mas cadê o Senhor Alone
Viajou, foi viver e ser feliz
Foi encontrar alguém?
Outros caminhantes matinais
Encontraram o Senhor Alone
Em decúbito dorsal boiando
No calmo rio de cristalina águas
A perícia chegou
A área isolou, observou e constatou
Não há hematomas e nem furo projetil
Encontraram apenas em seu bolso
Um pequeno papel escrito:
“Um dia, um adeus.
Por favor tenham piedade
Libertem meus passarinhos”
Será que Alone não sabia nadar?
10 de Setembro dia Internacional de Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio.