Dias que se foram...
Entre a certeza da ilusão e sentimento de dó
Teu nome surgiu e desapareceu sobre o pó...
Dias marcados pelo vazio de um quarto agora sem móveis,
Instantes gravados na memória por sonhos agora imóveis...
O futuro que pode ser tudo menos o nada,
Como folhas carregadas pela força inconteste do vento
Surgirá com a certeza de que desta vida está cansada...
É tua pena já que a tua destra semeias e faz colher lamento...
Entenda, se ferir ao percorrer trilhas nos caminhos
É destino justo para quem semeia espinhos...
Enfim, este ano está próximo de se acabar,
Ano daqueles em que o verbo primeiro foi lutar...
Batalhas diárias contra as vicissitudes do existir,
Lutas pela conquista de uns degraus na escada do progresso...
Inimigos amigos tive de encontrá-los e esquece-los sem me ferir,
Foram passos pisando lágrimas e suor para não cair em recesso...
Alcançar mediante luta interior esses degraus da evolução,
Só mesmo deixando prevalecer a insuperável força da razão,
Mas estas poucas centenas de dias não foram de todo mal,
Foram horas, muitas horas de noites mal dormidas
E mesmo assim foram horas boas, não me foi fatal...
Venci esses minutos conquistando esperanças perdidas
E mesmo que pareça inglória a minha trajetória
Ao menos colhi com o respeito da resignação as minhas dores
E por isso nos braços da minha consciência hoje carrego flores...
Sim, é verdade que muitas delas trazem consigo espinhos,
Mas a verdade maior são suas cores me guiando nos caminhos...