AREIAS DO TEMPO
Por que não antes?
Por que só agora,
Que o frescor da primavera
Já não habita meu corpo
Eu pude encontrar você?
Teria sido tão diferente...
Teríamos sido felizes,
Saudando o alvorecer
Ou admirando o pôr-do-sol.
Colhendo estrelas
Ou fotografando borboletas.
Rolando na grama
Ou afundando os pés
Na maciez do tapete.
Não haveria solidão
Que sobrevivesse a nós.
Não haveria rotina
Que resistisse
À nossa criatividade.
Mas passou...
As areias do tempo
Não perdoam, destroem,
E agora brincam com minha alma
Ferindo-a de morte
Por não merecer você,
Por não poder ter você.
Fátima Almeida
27/07/2016
Numa tarde em preto e branco.