VAZIO DE MIM
Roubou meu ar, tirou meu céu,
Me sinto nu e longe de casa,
Réu condenado sem defesa,
Fiz força para respirar, engasgado em velhas mágoas,
Sequei-me transformando em deserto,
Esvaziei toda água, que em forma de lágrima verteu do coração,
O que era grito se encontrava mudo, esgotaram as palavras que tentava expressar,
O que outrora era vendaval, agora se revela brisa incapaz de refrescar.
Sou o que restou de mim, sem lugar para voltar,
Carcaça sem alma, vazio de mim,
Eu velava meu próprio corpo,
Que parecia morto, mas ainda aguardava a morte,
Sem alguém para culpar,
Procurei por desculpas,
Mas nada sobrou,
Nem mesmo,
Um fim.