Pierrot
Pierrot
Sou Pierrot, sem destino,
vazio de alma, um cretino,
dorido de saudade,
vagueio só pela cidade.
Procuro-te, Colombina,
teu sorriso de menina,
que me rouba o coração,
ou talvez sim, quiçá não.
Desdenho do Arlequim
- o fantasma do grotesco,
vil, trajado de burlesco –
a quem amas, ai de mim!
Pierrot, Polichinelo,
Bobo, palhaço, capelo,
esgar de riso amarelo,
maldição, azar e flagelo.
Pierrot, louco amante,
vadio, ladrão, que tratante!
Sou quem suspira de dor
por Colombina, meu amor.
Pierrot, que ri, chorando,
patético ser do nada,
pela cidade caminhando,
em busca de sua amada!
Triste Pierrot, que ri
sangue no branco do rosto
e as lágrimas de desgosto
de quem beijar, nunca vi!
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