NEBLINA

Na obliquidade da tarde, perpasso...
Tento assimilar a tirana dor,
Não vejo nada além do azul escasso,
A neblina deixa o firmamento assustador.

Me inquieto, ergo os braços, brado,
Mas, Deus se esqueceu de mim, parece,
Sem prumo, me consumo no âmbito limitado.

Olhar reticente... ambiente de desalento,
E a esperança é uma folha mirrada ao vento,

Tão cinza quanto a tarde, que lentamente esvaece.