CARTA AO CRISTO REDENTOR

Quisera poder escrever-te agora
A carta que jamais escrevi
Aquela que, nas entrelinhas,
Trouxesse a essência da Boa Nova!

Quisera ser capaz de inventar
Uma realidade que te fizesse
Sentir orgulho da cidade
Que tu tão generoso abraças!

Ah! Se a minha carta pudesse
Trazer alegria ao teu espírito de luz...
Se ela pudesse exibir somente
Frases de esperança, de paz e de fé!!!

Ah! Quem me dera tivesse o poder
De escancarar as janelas do Rio
Para que tu pudesses - não por milagre -
Enxergar a tua face refletida no mar...

Se, pelo menos, a minha carta
Tivesse o poder de te assegurar
Um futuro mais humanizado para a cidade
Que se agiganta rumo ao progresso e à fama

E se projeta no cenário internacional
Por suas belezas naturais e culturais,
Pela alegria espontânea de seu povo
E pela reconhecida hospitalidade!

Mas, Infelizmente, nada te posso mostrar
A não ser esta tristeza imensa
Que me invade a alma e me faz sentir
Corresponsável por este quadro de dor:

Rios estão quase extintos,
Praias entregues à poluição,
Lagoas, florestas e mananciais
Despedindo-se do futuro a cada dia e, assim,

A Cidade Maravilhosa se esvai em sangue
E a infância deambula qual espectro
Em direção ao crime, à fome e à miséria
Males fabricados pela mente insana da civilização...


Imagem da internet
Lídia Bantim
Enviado por Lídia Bantim em 15/07/2016
Reeditado em 05/07/2019
Código do texto: T5699004
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.