SILÊNCIO
O silêncio vestiu-se de luto,
As palavras ficaram mudas,
A coragem desertou,
Fiquei aonde estou.
O vento parou no espaço,
Deixou um traço de aviso,
De lavas de vulcão,
Na boca dum canhão.
Os pássaros perderam as penas,
Com tiros certeiros, traiçoeiros,
De caçadores furtivos,
Da justiça foragidos.
A vida desnudou-se em esqueletos,
De corpos que passaram a rochas,
As casas foram demolidas,
Para serem substituídas.
É só silêncio, é um vazio, no crepúsculo
Da noite, de morcegos que voam alto,
Em busca de alimento,
Nas matas, seu sustento.
E o silêncio é tão vasto e profundo,
Que perdi a memória e a palavra,
Fiquei só e sem fala,
É tudo muito confuso.
Ruy Serrano - 13.07.2016