Não se apeguem
SARAU POÉTICO (I).
A convite do talentoso Alkas ,
começo a minha participação no
Sarau Poético.
A vida me fez:
muralha,
ponte,
sol e
horizonte.
Poeta? Isso eu mesma me fiz; por despreocupada teimosia, por exímia esperança.
Agora, com os austeros calos do tempo:
não mais caminho; ando atenta,
não mais falo; sussurro em dialéticas,
não mais aconselho; indago a gosto ,
não mais canto; faço-me poesia bem longe do eu regrado que teima em ficar.
Mas, por favor...
Não se apeguem a meus tristes olhos
Sou um pouco mais que eles,
a vida em mim ainda insiste.
Não se apeguem a meus versos desolados
Sou um pouco mais que eles,
resta-me, ainda, desatinados sonhos alados.
Não se apeguem à falta de meu riso
Sou um pouco mais que eles,
por vezes, ainda em nuvens desliso.
Não se apeguem a minha dor
Sou um tanto mais que ela,
Cambaleio, mas sigo. Eis -me aqui: Arlequim ator!
Não sejam tolos!
Não se apeguem a meus ais!
A vida segue seu rumo,
deixem-me livre por cá; sigam,
seus sonhos procurais...
Mas, não se apeguem a minha loucura
Sou um pouco mais que ela,
tenho benevolente brilho atrás da armadura.
Não se apeguem as minhas verdades
Sou um pouco mais que elas,
Hoje, a tempo, clamo minha serena autenticidade.
Andem, todos!
Sejam mais que seus ais!
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Convido meus queridos amigos poetas: Christiano Nunes, Poeta Aires e Marcus Rios para publicarem durante 3 dias seguidos poemas para este sarau e indicar outros poetas.
Abraços a todos!