Eu Não Sei Nadar!
Eu quero me afogar em mim mesmo
Desejo toda a dor que eu possa sentir
Eu quero chorar rios e lagos
E todos os mares
Desejo a mais ínfima dor no peito
Que meu coração acelere de desespero
Que meu cérebro frite com duvidas
Que o ar de meus pulmões faltem
E uma parada respiratória aconteça
Quero olhar para o céu e refletir
Sobre todos os momentos ruins
Que ainda assombram a minha vida
Que venha os traumas, as perdas
A dor da morte iminente, da noite sem fim
Quero ver as fotos que queimei
Ou as que deletei do computador
Quero saltar do alto de uma ponte
E mergulhar nas próprias lágrimas
Me afundarei neste vasto oceano
Rodeado de horríveis reflexos
De minha própria face
Que choraminga
Pelas bobices do cotidiano
E quero viver isso muitas vezes
Sempre de novo e de novo
Quantas vezes for preciso
A tristeza já faz parte
Daquilo que sou
Seja bom, seja ruim
Se um dia eu parar de sofrer
Se um dia eu parar de chover
Foi o dia que eu bati as botas.