Morte na Chuva
Constroe no corpo os desejos
Evoca na memória a solidão
Um olhar que contorna o lampejo
Do passado esboçado, redenção
Renega a própria existência
Questiona o motivo de viver
Nessa longa e torturante vivência
Ao conceder lembranças, sofrer
Atingir o ápice da angústia
Restaurar o sintoma de colisão
Da projeção amarga,
ofudcs
Reconduzida ao nada, sem expressão
Uma construção constante de si
Desconstruindo as ruínas perfeitas
Restituindo uma nova promessa a seguir
Nivelando emoções, às pressas
Metáforas de uma exclusão
O sentido do não sentido de vir
A gestação da morte em relação
Constituiu um pedaço retido, à servir
Alimento que não sacia a busca
Uma troca de palavras e consolação
No inverno da alma, luz que ofusca
Minha essência liberta, aflição
De um corpo ferido, deixado na chuva
Adormecido nas lágrimas, umidecida estação...