Gota D'água

Gota D’água.

Quando a livusia passa serena

E mãe d’água reclama no vazio,

É porque o ano foi seco até demais

E as cacimbas secaram até no leito do rio.

Até mula sem cabeça é castigada

Por não ter o alento que devia ter,

E boitatá desembestado nas veredas

Está chorando nos ombros de saci-pererê.

Não há muito que fazer agora,

Cavar mais não vai adiantar,

Que fazer com a sede, com a fome,

Que a tempos insiste em nos castigar!

Não vejo ninguém com alento nas mãos

Ou que possa trazer alegria pra esse povo,

Sertanejo, retirante, sofredor,

Que vive assim apertado igualzinho pinto no ovo.

Guel Brasil
Enviado por Guel Brasil em 29/06/2016
Código do texto: T5682641
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