<IA>Do adeus
As despedidas que vêm sem o abraço
tem sempre a tristeza por sua companhia;
das dores dos gestos inconfessos
vêm mortes, mesmo que haja vida...
são muitas vezes teatro, dissimulações,
no brilho embotado nos olhos,
disfarces em sorrisos pálidos,
mas sempre há na alma a implosão...
travo na garganta, incertezas
dúvidas assombrosas de desilusão,
vêm inseguranças, sensações de perdas
medo de saudades...
tem o gosto de melancolia
malfazeja solidão,
marés de horríveis momentos
pressentimento do fim...
atemporais travessias
de horas transversas, escabrosas...
a vida fica por um triz
e ávida de esquecimento...