Convite
Desarrumei meus versos
para ver se me vias
Fui fogo, pele, suor,
Convite.
Bebi vinho barato,
embriaguei-me
Desconsertei-me
E meus versos sussurei
ao seu ouvido:
Estrelas, moço!
Estrelas!
Dancei perdida em céus
desconhecidos.
Estrelas, moço!
Estrelas!
E do alto da paixão
à queda
Desilusão.
No chão os anjos
não são poesia
tampouco a versada
cortesia
Sombras em almas cruas
Na terra que cheira carne,
fato,
não há poesias...
Estrelas?
Perdidas em sonhos distantes
Guardadas em asas de anjo
Mas,
em pés perdidos
Anjos andam às sombras,
sem versos,
sem asas.
Cruel irônia!
Hedionda dicotomia!
Convite
Pele, suor
Almas cruas
- Descortesia!
As estrelas?
Apagadas por anjo
Desilusão
Convite atroz...
Estrelas, moço!
Embriaguei-me em sonhos
Bebi
bebeu-me a ilusão,
Por instantes.