Meu coração é selvagem
Indevassável.
Fechado, sem fechaduras.
Sem segredos a decifrar.
Selvagem
Própio da selva.

Da natureza pura e transcendental.
Se nutre da selva das árvores.

Voa nas asas de borboletas.
E vive da alegria dos pássaros

E, se veste 
com os primeiros raios da manhã

E se despe
com os último raios da tarde.

A noite.
No imponderável mistério
da lua...
Transito no infinito das estrelas.

Sabendo-me mortal e frágil.
Infante e imaturo.
Mas, preciso lutar.
Arrebatar vitórias.


Há uma nova sobrevivência a 
se conquistar a cada dia.
Há um novo desafio a
se vencer no ringue diário
dos paradoxos.

Há no ritual dos bons modos
um selvagem a agonizar.

Há no ritual do silêncio
um civilizado a expressar
sua indiferença
E sua sede infinita de poder.

Mataram um animal selvagem
Em troca de uma vida humana.
Predador e presa
disputam a existência.
Mas, são apenas elementos
da mesma inequação.

Por vezes o vencedor é apenas um trapaceiro
E, mesmo com todo o êxito

Não ultrapassará aos umbrais
nem atingirá a evolução.
Pois o poder que se macula com sangue
e violência...

É sempre substituído por uma tirania
ainda maior.

Baseada na força,
na tortura.
na desumanização...

A cada selvagem que morre.
Morre parte da história da humanidade.

E transforma a civilização num blefe.
Onde a estratégia é o holocausto.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/06/2016
Reeditado em 22/06/2016
Código do texto: T5675586
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