O LOUCO É NADA - Poesia nº 21 do meu terceiro livro "Relevos"

Não sabe o seu próprio nome,

Nem se nasceu ou foi expelido

Neste mundo cruel e tão infame,

Negado e, nesta sina, acrescido!

Antes era um filho, bebê comum,

Alegria, amor, choro amamentado.

Agora é um zumbi, bicho nenhum,

Abandonado e sem ser respeitado!

Dezenas de anos a passar na aflição,

Desorientado, a procura de um abrigo.

Digerindo o lixo dos podres da nação,

Desprezado e sem ter nenhum amigo!

Antes ser até um animal, um passarinho,

Adaptar-se seguro, viver noites serenas.

Abrigar-se a livre natureza, no seu ninho,

Agasalhar-se dentro das próprias penas!

Eduardo Eugênio Batista

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Setedados
Enviado por Setedados em 16/06/2016
Código do texto: T5669657
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