Mogi À Bertioga
 
Aonde irei após esta despedida
De estilo inatural, aceno coletivo
Amigos, fragmentos da história havida
Fuga para o mais íntimo privativo.
 
Onde estarei amanhã? Quando voltarei à aula
Quando imaginarei em cada canto da sala
No minuto engendroso do que foi passado
Do instante teimoso do inalterado.
 
Terei de ser volúvel, profissionalizado
Artificializando atenções, creditando o recomeço.
Mas se houver resistência, se me sentir desmaterializado
Como me procurar se fiquei sem endereço?
 
Se não me recompor, ou mesmo não me identificar
Se não me conferir, se não me afeiçoar
Aos restos de mim... Como me refazer ou onde me encontrar?
Meus olhos... minha boca... minhas mãos.... Estão inválidos!
 
Perdi minha vida.... Nos fugidios desvãos do tempo.
Agora a vida já não flui na ampla face do momento
E os amigos dos amigos, com a dor do sentimento
Choram agora, minhas veladas lágrimas no atempo.
 

 
*Para os universitários mortos na tragédia
de Mogi das Cruzes à Bertioga
 
 
 

 
LUCIANO AZEVEDO
Enviado por LUCIANO AZEVEDO em 13/06/2016
Reeditado em 13/06/2016
Código do texto: T5666089
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