Armadilhas do DEstino.
Armadilhas do Destino.
Eu aqui cheguei numa manhã chuvosa
Nas rédeas possantes do meu caminhão,
Na carroceria o pouco que ganhei
O resto deixei nas terras do sertão.
Trouxe minha esposa e meus quatro filhos
Sofrendo comigo na longa jornada,
Comendo na estrada lama e poeira
Sem eira nem beira comecei do nada.
E a minha vida foi-se como o vento
Mas a minha prole eu soube criar,
Com a minha esposa já muito doente
Foi deixando a gente triste a imaginar.
Mas doutor aqui sabe dar jeito em tudo
E na hora exata tudo resolveu,
Passou a viver à custa de remédio
Superou o tédio e sobreviveu.
Fiz uma casinha no jeito e na cor
Bem ajeitadinha pra gente morar,
Dela eu fiz meu lema pra vencer na vida
Com minha querida pra mim ajudar.
Minha filha mais velha resolveu casar
Com um moço pobre aqui do interior,
Casamento errado tudo deu em nada
Ele foi se embora e nunca mais voltou.
O mesmo se deu com a filha do meio
Arranjou um moço aqui da cidade,
Dizia ter tudo mas não tinha nada
Hoje é mal falada e sem felicidade.
E meus dois meninos se embrenhou na vida
Fez da honestidade jeito de viver,
Cada um se fez do modo que sabia
E são a alegria desse meu viver.
Meus entes queridos fui perdendo aos poucos
No meio do caminho minha irmã morreu,
Depois foi maninha que se desgostou,
Painho não aguentou e também faleceu.
Dai em diante a morte fez morada
E de vez em quando a noticia vem,
Morre um daqui e outro de lá
Do jeito que está não sobra ninguém.
É a vida é assim, de alegria e pranto
Foi a minha vez de chorar também,
Minha doce amada já muito sofrida
Se cansou da vida e foi morar no além.
E o pior de tudo é que acabei sozinho
Sem nenhum desejo de outra vez amar,
Vou deixar que o tempo cure a minha dor
Quem sabe outro amor consiga encontrar.