CANTOU NO PEITO IMPERFEITO

Cavalgou a tempestade onde roçou tua barba

Em qualquer lugar para lavar a alma

Nas águas que te afoguei quietinha ao teu lado

Chuva sem fim ao respirar no abraço apertado

Hoje folhas sem flores tudo amargas em renúncia

Espera por mim no olhar

Eu volto como saudade

Recortes de um passado nas mãos

Inventarei verbos para respirar

Quando se ama não chega vazia

Ponte é espaço demais que não partas nunca mais

Onde cabe a coragem de escrever

Todos menos o meu eu roubado nos umbrais

Chora por todas num beijo sem noite

Descobriste no abandono que não choras por mim

Frio de lágrimas faz doer

Quente de um punhal a perecer

Homem chora por romance antigo

Sem o tempo que é curto que mata sem voar

E atravessou a rua a beijar outra mulher

Escrever que vida é apenas fragmentos de um sentimento

Que cantou no peito imperfeito

Mas quando eu fugir decore sua alma

És a própria nuvem pois tu fugiu no perfeito

Desistiu de mim

Leve tuas folhas decorando meu ventre.

13:20, Jey Lima Valadares, Itagibá, 29-05-2016

Jey Lima Valadares
Enviado por Jey Lima Valadares em 29/05/2016
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