Ar
Teu insulto
Teu mundo mudo que não muda
Teu grito surdo a vida surta
Teu mês passando em vulto
Ar
Ar de arrogância
Infantil nas tuas frases impensadas
Presente em todas as coisas que olhas
Espere
O mundo não é tão mal como pensa
Arrependo-me do tempo
Dos orgasmos
Dos momentos que perdemos juntos
Arrependo-me
Dos neurônios
Das salivas
Dos versos
E das linhas que gastei contigo
Não quero, de boca alguma, ouvir de novo os gritos que saíram da tua
Não quero, de forma alguma, que nos lembre juntos na rua
Espero, de coração, esquecer-me de tua coxa nua
E do cheiro do ar que sai da tua garganta enquanto berra injúrias
Injustiças
Delírios
Futilezas
E tristezas.
Um dia quem sabe,
Esqueço-me da decepção
Que tornaste no meu coração.