Perspectiva Mórbida

Perspectiva Mórbida

Olhares intensos, sentimentos obscuros

Da gargalhada tida como inocente

Esconde às mágoas atrás do muro

Uma perspectiva mórbida e doente

O abraço fraterno, adaga fatal

Teremos todos um final comum?

Em todos os lados nasce o banal

Tempus edax rerum *

Vire a ampulheta, renasce o antigo

O tempo mostra seus dentes afiados

Mudam-se os tempos, nascem inimigos

Sorrindo como dardos envenenados

Perpétua perspectiva pungente

Move-se o mundo, mas não as crenças

Continuamos a olhar debilmente

Com ares inquisidores de sentença

Olhares intensos, sentimentos obscuros

Falsa realidade ou realidade falsificada?

Talvez não tenhamos futuro

Nesta humanidade famigerada

Eduardo Benetti

*Ovídio – Tempo devorador das coisas.

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 18/05/2016
Código do texto: T5638995
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