Há dias...

Há dias mais tristes que outros, de uma lágrima fiel...

Trazendo o fel que se escondia, ou fingia se esconder,

Esperava uma brecha, feito flecha que vem sem se ver;

Acerta em cheio o coração, e maltrata de forma cruel.

Há dias que até o sorriso se esconde, a vida fere...

Marca mais uma vez, cicatrizes tão profundas e feias,

Que por mais esperança que tenha, o mundo sugere,

Aprisiona asas coloridas em enormes e pegajosas teias.

Há dias em que poesia é um desespero, grito sentido...

Um frio na espinha, espelho tão triste, céu sem estrelas,

E o pouco, que era muito, vira um nada, e o ser aborrecido;

Quer um naco do silêncio precioso, para da dor, esquecê-la.