Ruínas Interiores

Asas de borboleta em um jardim de concreto

Voando por aí neste imenso mundo deserto

Você nunca saberá quem está por perto

E talvez nunca saiba se um dia estará certo.

Cacos de vidro espalhados pela longa estrada

Pés descalços longe de qualquer parada

Tantas feridas já não me servem de nada

Tudo fora arriscado em uma mão condenada

Você rompeu minhas velhas correntes

Tentei caminhar por algum lugar diferente

Mas tudo que encontrei foram santos indecentes

Tentando corromper cada pobre inocente

Dias de chuva já não fazem diferença

Dias de sol já não fazem diferença

Dia ou noite já não faz diferença

Nada mais faz alguma diferença.

Luzes de neon iluminam os muros da cidade

Nada por aqui é real ou um dia será de verdade

Tento seguir enquanto ainda tiver sanidade

Ou até ser consumido por essa doce maldade

Asas de cera não me levarão a lugar nenhum

Temo entre tantos ser apenas mais um

Apenas um cara sem sal, um cara comum

Dentre tantos peixes no mar, apenas outro atum

Você abriu as portas de minha velha prisão

Tentei encontrar em alguém motivação

Mas tantas mentiras apenas correram em vão

Tantas maldades só ofuscaram minha visão

Agora as luzes estão falhas

As tentativas estão falhas

Falho segue o mundo.